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#revisitandobonsfilmes

  • Foto do escritor: Cinema Hashtag
    Cinema Hashtag
  • 17 de jun. de 2017
  • 2 min de leitura

Analisar a filmografia do diretor Brian DePalma sempre traz certa tristeza, principalmente quando uma retrospectiva é feita e comparada com a atual situação do cineasta que, claramente, passa por uma crise criativa.


Passion - sua obra mais recente e também um exemplo de esgotamento inventivo - é um remake francês de Crime de Amor. A versão americana protagonizada por Rachel McAdams e Noomi Rapace resgata poucos elementos que consagraram Brian DePalma, mas sem qualquer contexto metalinguístico, o filme degringola de mediano ao péssimo sem muito esforço.


Ao comentar dos méritos, vale lembrar do emblemático Vestida Para Matar. Um filme que, se Alfred Hitchcock estivesse vivo, o longa-metragem seria a sua obra suprema oitentista. Para entender o porquê de Vestida Para Matar ser tão hitchcockiano, é preciso entender o que é este estilo.


Entendendo o estilo Hitchcockiano


A ascensão de Hitchcock aconteceu por uma vasta somatização de elementos característicos. Entre elas, o casamento perfeito entre o suspense dramático e o psicológico. O diretor foi pioneiro em compreender que, por trás de um assassinato existe uma persona e se ela existe, como e porquê ela funciona. Não apenas humanizar o lado maligno, mas também utilizá-lo como objeto de estudo.

O exemplo mais transparente é Psicose. No roteiro, que consiste em picos emocionais até o seu clímax, ainda disserta Freud didaticamente. Ou seja, a fusão entre alguns padrões psicanalíticos com o suspense pode ser considerada como estilo Hitchcockiano, algo que transborda de referências em Vestida Para Matar.


Cena referência a Hitchcock


Dirigido por Brian DePalma


Vestida Para Matar conta a história de Katie Miller, uma socialite em sua crise de meia-idade. Após uma consulta com o seu psiquiatra, Katie é perseguida e assassinada por outra mulher. Sua morte é testemunhada por Liz Blake. Para não deixar quaisquer vestígios, a assassina persegue Liz.


Se existe algo que Brian DePalma não economiza é a utilização de adereços visuais clássicos tais como a trilha sonora e a fotografia glamurosa. O prólogo abre o filme com uma cena, quase parafraseada de Hitchcock, que mescla um cinema cômico e nostálgico. Ao descartar esses enfeites cinematográficos, o roteiro ganha uma nova direção e deixa as referências como um pano de fundo, conduzindo ao clímax surpreendente.


Se Alfred Hitchcock estivesse vivo e não tivesse dirigido tal obra, com toda certeza ele aplaudiria o desempenho de Brian DePalma e ainda acrescentaria: - Você entendeu perfeitamente como eu filmo.





 
 
 

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