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#festivais

  • Leo Resende, da Cidade de Goiás
  • 22 de jun. de 2017
  • 2 min de leitura

A cena é a seguinte: uma menina brinca em um balanço, ao passar um carro, o brinquedo fica vazio e a menina desaparece. Essa é uma das inúmeras cenas espectaculares do filme Ninguém Nasce no Paraíso, de Alan Schvarsberg, curta-metragem participante da Mostra Competitiva da 19º edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental.


A imagem descrita não é apenas brilhantemente editada, mas também é um alegoria sobre as crianças que não existem, pois no paraíso Fernando de Noronha não é permitido nascimentos. Ou seja, ao atingirem o sétimo mês de gestação, as mães são expulsas. Em entrevista para a Hashtag Cinema, o diretor Alan Schvarsberg conta que tal tema é filmado para induzir debates. “A questão de não existir uma nova geração na ilha faz com que o filme traga mais questionamentos do que soluções”, explica.


Produção empática

“A estratégia que foi fundamental para o filme foi montar uma equipe apenas com mulheres. O objetivo desta escalação é o vinculo de empatia entre as personagens e a equipe de filmagem”, destaca o realizador sobre o grupo de trabalho exclusivamente feminino. De acordo com o cineasta brasilense, as entrevistadas sentiam mais segurança com as produtoras e assistentes.


Em tons de protesto, Alan também explica como degringolou toda essa restrição materna no aquipelogo. “Infelizmente não existe qualquer tipo de eleição direta dentro da ilha, todo o trabalho político é voltado para Pernambuco, apenas um administrador cuida do local. É um local totalmente voltado para o turismo. É um processo de esterilização fria porque não é o interesse do governo cuidar da cidadania destas mães”, enfatiza.

"Eu queria que Taína tivesse nascido aqui", diz personagem em cena de Ninguém Nasce no Paraíso


Para mostrar o palco de tristezas por trás do cenário paradisíaco, Alan consegue agregar relatos emocionantes com imagens frias de Fernando de Noronha, editando paralelamente estes elementos citados. Ninguém Nasce no Paraíso é um exemplo de cinema empírico em que as cenas são feitas aquilo que o FICA sempre apoiou: a conscientização.





 
 
 

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