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- Raquel Martins Ribeiro
- 22 de jun. de 2017
- 2 min de leitura

O medo, sensação comum na maioria dos filmes de terror, não é o sentimento que predomina durante a sessão de Ao Cair da Noite, longa dirigido e roteirizado por Trey Edward Shults, e que estreia hoje (22), nos cinemas de todo o País. O que se sente é uma angústia constante pelo desenrolar e por uma conclusão da trama, que na verdade não irão chegar, pelo menos não de maneira óbvia.
Sem mencionar datas, lugares ou porquês, a história mostra uma família que parece ser a única sobrevivente de uma terrível epidemia mundial. Paul (Joel Edgerton), sua mulher, Sarah (Carmen Ejogo), e o filho de 17 anos, Travis (Kelvin Harrison Jr.) tomam uma difícil decisão, logo nos primeiros momentos do filme. A morte do pai de Sarah, vivido por David Pendleton, infectado com a doença mortal.

Kelvin Harrison rouba a cena em Ao Cair da Noite
Escondidos em uma casa no meio da floresta, a aparente “tranquilidade” dura pouco. Quando Will (Christopher Abbott) invade a casa à procura de comida e abrigo para sua família, a esposa Kim (Riley Keough) e o filho pequeno deles, Andrew (Griffin Robert Faulkner), a história apresenta novos dilemas. Dramas familiares e questões morais ganham destaque na produção.
Shults buscou passar longe dos clichês que aterrorizam. No lugar de gritos, sangue, e todos esses artifícios de que abusam outros diretores, o que temos no longa-metragem é um silêncio muitas vezes mortificante, onde nenhuma palavra é jogada fora, indiscriminadamente. Recurso esse que maximiza a atuação do elenco, e ninguém desaponta.
Inteligente, sem exageros na utilização de efeitos especiais e com uma fotografia de tirar o fôlego, Ao Cair da Noite é uma grata surpresa. Talvez o melhor filme que você verá em 2017.




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