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Não é segredo que a água é o elemento mais importante para o ser humano. E quando ela se esgota, as consequências e necessidades fisiológicas surgem. Esse impacto é visto no curta-metragem iraniano Roozegari Hamoun, de Mohammad Ehsani, que abriu o terceiro dia do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental.

A obra de Ehsani conta a história de um vilarejo que enfrenta as consequências com o esgotamento do lago Hamoun. A secura do local é o palco dos relatos de habitantes do vilarejo iraniano. Imaginar como seria uma vida sem água é um disparate incontestável, mas assistir é ainda mais impactante. Segundo o diretor em uma entrevista exclusiva para a Hashtag Cinema não houveram dificuldades para conseguir personagens. “Após conseguir apoio das Nações Unidas, achávamos que nenhum morador iria falar sobre essa calamidade, mas quando chegamos, eles sentiram a necessidade de contar”, enfatiza.

Sua carreira é marcada por protestos semelhantes. Seu filme anterior, The Lonely Lake (2015) abraçou a mesma causa de conscientização desta obra exibida no FICA 2017. “Roozegari Hamoun não seria possível sem o impacto político que The Lonely Lake gerou, pois o governo do Irã me contatou para eu expor a condição do vilarejo", conta.

Como se não bastasse o impacto fisiológico que esses habitantes passam, o psicológico cessa cada vez mais. Por isso o filme - com sua fotografia crua e áspera - endossa a importância do FICA: uma porta para protestos de sustentabilidade.

Reféns da comunicação

Enquanto Ehsani mostra como um vilarejo é vítima de uma calamidade ecológica, o suíço curta-metragem Der Block, de Nadine Boller mostra pessoas reféns da comunicação e tecnologia. Isso acontece pois nos estepes do Quirguistão as pessoas precisam de uma fundação para comunicar com o restante do mundo. Vale ressaltar uma cena - a inicial - em que uma criança tira uma selfie. Contraste genial entre o atual e o obsoleto.

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