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- Cinema Hashtag
- 24 de jun. de 2017
- 2 min de leitura

Deitado em uma cama, um senhor demonstra definhar com sua tosse seca e dificuldade de locomoção. Apesar do prólogo dramático, Algo do que Fica, filme goiano exibido na Mostra ABD Goiás e Competitiva, envolve a plateia com elementos narrativos opostos. O longa-metragem dirigido por Benedito Ferreira sutilmente diverte o público com espontaneidade de elenco. Na sinopse apresentada aos espectadores, Algo que Fica enuncia uma história de avó e neta que estão se mudando da casa de onde vivem no centro de Goiânia, próximo do lote do acidente do Césio 137. O motivo da mudança é justificado para uma construção de um museu. Mas enquanto isso não ocorre, uma presença estranha orbita pela casa. A geração goiana dos anos 1990 cresceu ouvindo com muita proximidade sobre um dos maiores acidentes radiológicos do mundo, perdendo o posto de líder apenas para Chernobyl. O lote da Rua 57, no Centro de Goiania, foi um dos locais prejudicados pelo componente quimíco. Este local, além de ter sido marcado pela tragédia, é o cenário principal dos personagens de Algo do que Fica, que algo contrário do senhor padecido, preenchem a tela com personagens despretensiosamente divertidos. De acordo com Benedito Ferreira revela que, apesar de algumas cenas aparentarem naturais, existiu uma direção de atores sistemática. "Parece espontâneo, mas refizemos diversas vezes, principalmente a cena em que os adolescentes organizam o prostesto ao césio-137 no lote contaminado", revela o diretor. #muitobom Ainda sobre a velhice Outra obra exibida durante a programação da Mostra Competitiva do FICA 2017 foi documentário Ty Siudy bolsh ne Verneshsia, da Bielorrússia sobre uma idosa em seus últimos momentos de vida que uma casa coberta de grama é a companheira. Uma cena marcante e única, é o momento em que esta senhora prepara a casa para receber uma parente. Toda cena que retrata a limpeza da casa, feita com muita dificuldade devido a limitação da mulher, emana desconforto. Ainda mais quando o visitante chega e critica a lentidão da faxina. Se Dmitri Makhomet, realizador do longa-metragem dispensasse a preguiça de tomadas infinitas e monótonas, convertendo o filme em um curta, a obra seria brilhante, mas infelizmente não é o caso. #regular




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