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- Cinema Hashtag
- 27 de jul. de 2017
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Existe uma linha muito estreita em Hollywood. Ela separa os filmes eletrizantes e os inventivos. O adjetivo eletrizante pode caracterizar títulos sem qualquer intuito frutífero, exceto encher cofres. Por outro lado, uma obra inventiva é sinônimo de despretensão quando o objetivo é caça-níqueis. Um diretor que sempre flertou para ambos lados é Edgar Wright (Todo Mundo Quase Morto e Scott Pilgrim Contra O Mundo). O cineasta que faz questão misturar empolgação com boas ideias. Seu novo longa-metragem, Em Ritmo de Fuga, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, não é diferente.
Baby (Ansel Elgort) é um rapaz excepcional que trabalha como chofer clandestino de Doc (Kevin Spacey). Quando um assalto é planejado, Baby é o piloto de fuga. E para todos os efeitos, o menino é o melhor. Sua agilidade e talento são atribuídos ao seu excelente gosto musical. Devido ao acidente que causou a morte de seus pais, Baby dirige perfeitamente ouvindo músicas.

Ansel Elgort como Baby. A música não é apenas um adereço técnico
Dependendo do status do filme, trilha sonora pode ser uma muleta viciosa. O vício mais comum de cineastas é usar o adereço musical para manipulação de emoções. Elemento em excesso quando o longa-metragem é extremamente péssimo. Em Ritmo de Fuga é o exemplo inverso. Wright usa a essência musical do protagonista como ditador de narrativa. Sua característica singular com a música que contextualiza as emoções do filme. Particularidade que é intrínseca no cineasta.
Em Ritmo de Fuga recria e cita diversas referências cinematográficas em suas empolgantes cenas de ação. Porém, o maior entusiasmo é ver que existe um movimento contra-cultura ambiciosa em Hollywood, onde um bom roteiro e explosões podem conviver sem anular suas qualidades. Com toda certeza, Edgar Wright deveria ser a casa das ideias quando o assunto é diversão engenhosa.




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