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#noscinemas

  • Leo Resende
  • 11 de out. de 2017
  • 2 min de leitura

Michael Powell ganhou notoriedade por diversos feitos. Um deles foi a inserção do espectador num filme com a câmera subjetiva. O método colocava o protagonista como a câmera. Uma abordagem que Darren Aronofsky utiliza para adentrar o cinéfilo no inferno vivido por Jennifer Lawrence no filme Mãe! que está em cartaz nos cinemas da cidade.


Sem qualquer citação de nomes ou apelidos, Mãe! conta a história de um casal que vive numa casa de campo. Local onde a esposa entende como templo, casa, filho e refúgio. O amparo fraterno é abalado quando seu marido, um poeta escasso, recebe diversos estranhos em sua casa. A justificativa? A inspiração vem de fora.


No último mês, o longa-metragem foi às telas do Festival Internacional de Cinema de Toronto. Local em que a plateia reagiu com marasmos de ódio e amor. Não é muito difícil de entender o porquê das reações distintas. Mãe! é um dos filmes mais ambiciosos, assustadores e extremos da década.


O que pode explicar esse título incomum é o ateísmo apático do diretor pela bíblia, que espelha resumidamente como vivemos. Para mostrar isso o diretor cria picos emocionais, com atmosfera paranóica, que aos poucos vão mutando em um pesadelo vivido. O espaço de tempo entre os abalos do filme são tão curtos que a recuperação do espectador seja nula.


A veia de Aronofsky: a perturbação

O longa-metragem é uma força resultante - quase íntima - de como a sociedade contemporânea existe. Sendo que o principal objetivo deste artista, com sua câmera subjetiva, é levar o sentimento de perturbação ao espectador, extraindo sem medo a empatia. Cisne Negro, diferenciado com menos intensidade, prova o fetiche do diretor por perturbação, pois o mesmo entende a moradia do incômodo.


Mãe! brilhantemente é um filme que usa a bagagem cultural do espectador como muleta. Dependendo do que quem assiste acredita ou idealiza, a obra pode ser o maior absurdo visto no cinema ou o maior barulho contracultura necessário para reflexão de arquétipos.





 
 
 

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